Meus pulmões imploravam por mais ar. Minhas pálpebras se abriam e se fechavam rapidamente, tentando se livrar da água que atrapalhava minha visão. Minhas pernas gritavam por descanso.
Mas eu não podia parar de correr. Se eu parasse, seria como desistir. Seria como me entregar; me afogar na escuridão sem voltar para a superfície, onde você estava.
Te perder para sempre...
Mas agora eu estou parada. Engraçado... A escuridão não veio me afogar. A inconsciência não me afogou por completo. Novas sensações vieram me fazer companhia: alívio, paz, mais consciente da sua ausência do que julguei ser possível, e isso só me trouxe mais alívio e um sorriso nos lábios. A sensação de sorrir novamente,
Senti o anel, que enfeitava meu dedo anelar, escorregar por meus dedos magros e cair no chão produzindo um leve tilintar resultado do atrito da prata com o chão, mas meu cérebro estava entorpecido demais se dando conta de que, junto com o anel, caíram as algemas invisíveis que me prendiam a você, para escutar alguma coisa.
Me livrar de você pra sempre...