terça-feira, 30 de março de 2010


Ele acordou, mas sem abrir os olhos ele foi apalpando o lado vazio do colchão. Com um susto, ele abriu os olhos e se sentou na cama procurando sua amada. O relógio mostrava 3h55 da manhã.
Ela estava sentada no parapeito da janela, olhando as estrelas, com o cigarro entre os dedos da mão direita, e brincando com um anel na mão esquerda.
Com um sorriso de alívio no rosto, ele perguntou:
- Tá acordada, pequena ?
- Uhum. - Percebendo que a expressão dela era de dor e tristeza, levantou e foi direto até ela.
- Que aconteceu, meu amor ? - ele disse docemente pegando o rosto dela entre suas mãos.
Ela se desvencilhou das mãos dele para não ter que olhar naqueles olhos castanhos alegres que logo iriam ficar em um mar de tristeza sem fim. Deu uma tragada no cigarro que ainda estava em sua mão e disse:
- Eu vou embora. - Ela disse de uma só vez, e logo continuou para não dar tempo de protestos da parte dele. - E não há nada que você possa fazer para eu mudar de ideia. Eu te amo acima de tudo, mas isso não muda nada. Só torna a situação mais complicada ainda.
Uma lágrima caiu dos olhos dela sem permissão, enquanto ela se levantava e pegava sua mala já cheia e fechada no sofá da sala.
Entre soluços, ele tentava tomar fôlego para protestar contra a saída dela, mas nao encontrava sua voz e nem força para conseguir falar.
Ela deixou uma carta em cima da cama junto com a aliança que há minutos atrás, divertia sua mão esquerda e uma rosa vermelha, em cima dos lençóis desarrumados.
Com um último olhar de perdão para ele, ela saiu para a rua.
Fugindo, mais uma vez do amor.

domingo, 28 de março de 2010

Filtro Solar

Filtro solar! Nunca deixem de usar o filtro solar! Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: usem o filtro solar! Os benefícios a longo prazo do uso de Filtro Solar estão provados e comprovados pela ciência, já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês... Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. Mas pode crer que daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos, e perceber de um jeito que você nem desconfia hoje em dia, quantas alternativas se escancaravam a sua frente. E como você realmente estava com tudo em cima, você não está gordo ou gorda... Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade em sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça-feira modorrenta. Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade. Cante. Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano. Use fio dental. Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo. Não esqueça os elogios que receber. Esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine. Guarde as antigas cartas de amor. Jogue fora os extratos bancários velhos. Estique-se. Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem. Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos, você vai sentir falta deles. Talvez você case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não. Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suasbodas de diamante. Faça o que fizer não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você, as suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim para todo mundo. Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder, mesmo!! Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele, é o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir. Dance. Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto. Leia as instruções mesmo que não vá segui-las depois. Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio. Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora de vez. Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro. Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que você conheceu quando jovem. More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer. More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer. Viaje. Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças respeitavam os mais velhos. Respeite os mais velhos!! E não espere que ninguém segure a sua barra. Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada .Talvez você case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois de repente pode acabar. Não mexa demais nos cabelos se não quando você chegara os 40 vai aparentar 85. Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale. Mas no filtro solar, acredite.

[Pedro Bial]

Por favor, sr. buraco negro, me engole de uma vez !


Quinteto Pra Sempre

Desliguei o chuveiro e fui me secar. 1h30 da madruga. Acho que eu vou dar mais uma meia hora pra elas se arrumarem. Vou me arrumar beeem devagar, já que minhas coisas já estão prontas e papai já está avisado. xD
MERDA ! Não precisava me assustar celular fdp !
'Alô ? Fala Lô ! Tá pronta ?... Tá, daqui 20 minutos tô aí, me espera que eu nem vou buzinar ;) Beijo !' Hmm, já tem uma pronta.
Coloquei uma calça jeans escura, uma regata vermelha e um scarpin preto. Peguei minha bolsa e minha mochila, dei um beijo de despedida no meu pai acompanhado com um se cuida e enquanto descia as escadas até a garagem, escutei meu pai gritando pra eu ter juízo ! HAHAHAHAHAHA' Ele, assim como eu e as meninas, não tinha a menor ideia do que íamos fazer.
Joguei minha mochila no porta-malas, e fui pro banco do motorista. Liguei o carro, e aquele rugido familiar de motor silencioso encheu toda a garagem, me deixando mais ansiosa ainda. Liguei o rádio na minha estação favorita, e estava tocando umas músicas meio antigas. Apertei o controle do portão, e saí com carro pela noite a fora. Olhei no relógio do painel, eram 2h07 da manhã.
A Lourine devia tá quicando no sofá da sala de ansiedade também, afinal, fazia tempo que nós não nos víamos.
'Lô, tô subindo a rua da sua casa. Já vai saindo, blz ?'
Cheguei na casa dela, ela já estava na calçada, com uma malinha mais ou menos do tamanho da minha na mão. Eu me assustei porque normalmente, as malas delas ocupam metade do porta malas... Ela devia ter percebido que iam mais 4 mochilas além da dela, e decidiu economizar no espaço.
Eu saí do carro, e ela veio correndo na minha direção me abraçar. Nós duas quase caímos com o impacto dela batendo em mim pra me abraçar.
'Gabii, que saudades poxa ! Você tá liinda ! Não some mais não, ook ?
'Oii Lô ! Você tbm tá liinda ! Tava com saudades tbm ! Vamoos, que nós já estamos atrasadas para pegar as meninas (:
Ela jogou a mochila dela dentro do porta-malas e fooi para o banco do passageiro. Fomos conversando sobre tudo, nossa vida, a faculdade, nossos pais e como os pais dela deixaram ela ir: eles confiavam em mim ! UHASUHAUHUAHAU' Chegando perto da casa da Paula, liguei no celular dela:
'Pauliinha, tô chegando na sua casa, já me espera aí fora, ok ?
Cheguei na casa da Paula, e ela veio correndo abraçar a Lourine, enquanto eu desligava o carro e dava a volta para ir abraçá-la também. Ela jogou a mochila dela no porta-malas também, e foi pro banco traseiro e se sentou no meio pra ir conversando com nós duas no caminho pra casa da Mayara e explicando como que escreveu o bilhete de 'despedida' e deixou em cima da mesa da cozinha, falando que não sabe quando volta. Fiquei com dó dos pais dela, afinal, a surpresa que eles iam ter quando vissem aquele bilhete não ia ser das mais agradáveis ! :S
'Maay, tô chegando na sua casa ! Já vai descendo fmz ?
Estacionei na frente do prédio da Mayara, e esperamos uns 5 minutos até ela chegar na portaria. Ela abraçou a Paula, a Lourine e depois eu. Jogou a mochila no porta-malas também, e entrou no banco atrás do meu, enquanto a paula sentava no banco atrás da Lourine. Estávamos todas animadas por estarmos juntas depois de tanto tempo, e empolgadas sobre o que iríamos fazer naquelas 2 semanas fora, e longe dos nossos pais. A Maay apenas deixou o irmão dela avisado e saiu de fininho, torcendo para seus pais não ouvirem.
'Biia, tô descendo a rua da sua casa ! Já vai me esperando aí fora, ok ? O QUE ? COMO NÃO ? Suas coisas estão prontas ? Me espera aí, então ! - desliguei o celular
'Que aconteceu ?? - elas perguntaram todas juntas.
'Os pais da Bia, além de não deixarem ela ir, trancaram todas as portas e esconderam as chaves para ela não sair. Ela vai dar um jeito de fugir do mesmo jeito, e a gente vai ajudar. Vocês estão comigo ?
'Estamos ! - elas estavam quicando no banco de tanta agitação e entusiasmo. Chegando em frente da casa da Biia, liguei de novo pra ela:
'Bia, tem algum lugar, QUALQUER lugar da casa que você consiga passar que está destrancado ?
'Hmm, tem a janela da salinha. Acho que tá aberto. Vou lá ver, pera aí. ... É, tá destrancado. Ah, oi ! Tô vendo vocês ! SFHFUHUFHUH'
'Tá, agora joga sua mochila com toda a sua força para passar por cima do portão, ok ?
'Ook. Vou tentar ! - Ela segurou o celular na boca, e jogou a mochila com as duas mãos com a maior força que conseguiu reunir. A mochila caiu no chão, mas por sorte não tinha nada que quebrasse. Colocamos ela no porta-malas enquanto eu falava com a Bia ainda no telefone, pros pais dela não ouvirem.
'Biia, vc precisa sair daí ! Se apoia devagar no carro, e depois você desce e pula o portão blz ? Você consegue fazer isso ?
'Consigo ! Mas vou precisar guardar o celular no bolso pq eu vou precisar das duas mãos, ok ?
'Ok, estamos te esperando aqui.
A Biia começou a pular a grade que tinha da sacada da salinha, e foi apoiando devagar no carro, que por sorte era alto, facilitando ela fugir. Como ela conseguiu pular da sacada pro carro, e do carro pro chão sem fazer barulho eu não sei, mas que ela conseguiu, conseguiu !
Ela chegou no portão sorrindo, e tirando algo do bolso da calça que se mostrou ser meio prata, E ela riu baixinho:
'Eles esqueceram que eu tenho a chave do portão ! :D
Enquanto ela abria o portão, a janela do quarto dos pais dela que dava pra rua, se abriu e o pai dela viu ela fechando o portão e a gente entrando no carro e gritou:
'BEATRIZ, VOLTA PARA CASA AGORA MESMO ! EU NÃO VOU FALAR DUAS VEZES !
'Ah, oi pai ! Eu vou sair com as meninas, ook ?! Não tenho dia nem hora para voltar ! NÃO ESQUECE QUE EU TE AMO !
E com essa última frase, ela mandou um beijo para o pai dela e entrou no banco atrás de mim e eu arranquei com o carro, fazendo o pneu cantar.
' UHUUU BIAA ! VOCÊ CONSEGUIIU !
Éramos só alegria e comemoração quando do nada, a Mayara falou:
'E agora ? Para oonde nós vamos ?
E eu respondi com um sorriso enorme e toda a felicidade que eu consegui reunir:
'Para onde a vida nos levar !
Afinal, estávamos juntas e nada mais importava.





Não importa pra onde a vida nos levar, nós vamos estar sempre juntas.
Eu amo vocês muito, do tamanho do universo !

sexta-feira, 26 de março de 2010

My Life Would Suck Without You

Mais um dia tinha se passado, e tudo tinha corrido da melhor forma possível. Ela chegou em casa, jogou seus scarpins caríssimos no canto da sala e foi ver se tinha algum recado na secretária eletrônica:
'Ahn, Anna ? Aqui é o Rodrigo. Eu fui até seu prédio, mas você não estava. Fiquei te esperando umas 2h aí na frente do seu apartamento, mas nada de você. Queria falar com você. Sinto sua falta. Me liga ! - ...
'você tem mais 10 recados, para ouvi-los digite 1. Para apagá-los digite 2. Para...'
1.
Anna ? aqui é o rodrigo... 2. Hey, estou tentando falar... 2. Anna, me liga ! Eu preciso... 2. É realmente importante... 2. e assim foi, com todos os 11 recados.

Foi até sua estante, ligou o som e colocou uma música num volume suficiente para encher o ambiente. Soltou os cabelos, jogou seu blazer no sofá, pegou o controle remoto de sua tv para fazer de microfone e começou a cantar bem baixinho:

Guess this means you're sorry
You're standing at my door
Guess this means you take back
All you said before
Like how much you wanted
Anyone but me
Said you'd never come back
But here you are again

A melodia tomava conta dela, e fazia com que seu cérebro apenas pensasse nas batidas e na letra da música. Seu corpo se mexia do jeito que queria, acompanhando as palavras. Ela foi se empolgando aos poucos até chegar no refrão, onde estufou o peito e cantou com toda a força de vontade que conseguiu reunir:

'Cuz we belong together now, yeah
Forever united here somehow, yeah
You got a piece of me
And honestly
My life would suck without you

Enquanto cantava o refrão, começou a pensar que por mais que ele ligasse e pedisse desculpas não importa quantas vezes, ela estava bem melhor sendo uma Single Lady.
Saía com seus amigos sem dar satisfação a ninguém, tinha os feriados e finais de semana livres e nem se importava em ficar de bem com todos !
Sem perceber, seus lábios já estavam acompanhando a música de novo:

Maybe I was stupid for telling you goodbye
Maybe I was wrong for tryin' to pick a fight
I know that I've got issues
But you're pretty messed up too
Either way I found out I'm nothing without you


E por mais que o primeiro refrão da música fosse mais do que verdade, o resto da música dizia que eles pertenciam um ao outro. E isso não era verdade. Antes que ela pudesse completar seu pensamento, a campainha tocou. Ela abaixou o som, mas foi atender a porta cantando e figindo tocar uma guitarra invisível, afinal, ela não pudia negar que a música era ótima...:

'Cuz we belong together now, yeah
Forever united here somehow, yeah
You got a piece of me
And honestly
My life would suck without you


Abriu a porta mesmo achando estranho alguém ir visitá-la às 23h30 da noite, em plena terça-feira. Era aquele cara mais-que-lindo-e-gostoso que ela tinha conhecido no sábado, na balada.
- Oi. - ele deu aquele sorriso que deixaria qualquer mulher sem ar. - Já que você não me ligou, achei melhor vim ver o que aconteceu.
Ela não pensou duas vezes ao puxá-lo pela camisa e beijá-lo loucamente.

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Ela abriu o olho direito pra espiar o relógio. 2h47 da manhã. E a campainha tocando sem parar. Olhou para sua cintura, onde repousava a mão dele e a removeu delicadamente para ver quem era o filho da puta que se atreveu a atrapalhar sua noite perfeita.

Ao abrir a porta, Rodrigo já estava voltado de costas, indo embora quando ouviu o barulho da tranca e olhou por cima do ombro. Anna estava com uma lingerie preta sexy e com o cabelo todo bagunçado.

Quando parou de coçar os olhos com a claridade da luz do corredor, e viu que era ele. ela riu uma risada amarga e bateu a porta.

Ar, água, fogo e terra.

Nossos olhos se encontram, nossos narizes se encostam, nossa boca se encaixa. Sua mão procura a minha cintura para me puxar para mais perto. Minha mão vai de encontro ao seu cabelo na nuca, te impedindo de se afastar.
Quando nos fundimos como se fôssemos um só, mergulhados em um prazer indescritível, os ventos param de ventar, a água pára de correr, o fogo pára de esquentar e a terra pára de tremer.





PS: eu sei que a parte com os 4 elementos ficou meio esquisita, mas era pra rimar e eu não achava outra palavra. :p

quinta-feira, 25 de março de 2010

Carta


Cansei. Chega de fugir. Chega de fingir.
EU AMO VOCÊ ! Pronto, falei. ;x
É isso mesmo que você leu. Ou ouviu. Não vou mais mentir ou me esconder. Quero você pra mim. E vou fazer de tudo pra conseguir. Ai de quem tentar me atrapalhar !
Sai da frente que aí vem gente !
Vou fazer o impossível pra te fazer feliz. E se eu não conseguir, bom, aí é outra história.
Você sabe que a gente combina. E não pode negar que já me amou incondicionalmente ! Tá, eu era uma tapada e só te queria como amigo, e não correspondi nem valorizei o seu sentimento por mim. Até agora.
Tá, tá, tá ! Eu sei que eu tô meio atrasadinha. Ok. Beeeeeeem atrasada (satisfeito agora ?! --') Mas, se beeem lá no fundo, você ainda sente alguma coisinha, nem que seja uma pontada de amizade, eu ainda vou ter esperança. E eu queria muuuuito voltar a falar com você !
Eu realmente sinto a sua falta.


Carinhosamente,
Sua admiradora secreta.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Raiva. Adrenalina. O sangue dela tirava racha.
Umas das coisas que mais deixava ela puta, era a injustiça. E era exatamente o que estava acontecendo.
Aquela gárgula sorridente amada por todos, mas odiada por ela.
Falsidade.
Essa era a palavra certa. E só ela via a pessoa real por baixo daquela máscara de sonsa.
Por baixo daquele olhar inocente, ela não era tão doce e boba assim.
Vai ter volta. Ahh, se vai !

Vingança.



imagem mais uma vez escolhida pelo Fabiim. :D

Sintonia


Um dia desses. Uma balada qualquer. Dois amigos. E 'a música'. Tudo estava perfeito. Eles estavam em sintonia, e qualquer um podia ver isso. Qualquer um que tentasse se igualar a eles, não conseguiria.
Nunca duvide da conexão, da sintonia entre dois amigos. Principalmente, enquanto eles estão dançando a música deles.

A música: I Gotta Feeling - Black Eyed Peas

Dedicado ao meu best, Lucas de Carvalho da Rocha, que me aguenta há 6 anos.

domingo, 14 de março de 2010

Toda hora, todo momento.

Deitada na grama, deixando o sol de inverno aquecer sua pele, e ouvindo sua música preferida ela se sentia realizada. Só faltava mais uma coisa para sua vida se tornar perfeita.
Sombra. Depois sol de novo. Assustada, ela abriu os olhos e viu a criatura mais bonita que já tinha visto em toda a sua vida. Parecia um anjo, com os cabelos morenos rebeldes e desarrumados ao vento, os olhos castanhos com o brilho inocente de uma criança que acabou de ganhar um doce, e o sol iluminando seu rosto. Não faltava mais nada. Agora ela estava completa.
- O que você faz aqui, deitada sozinha na grama ?
- Não estou mais sozinha. :)
Ele se deitou ao lado dela, os braços se tocando e o calor da pele dele irradiando para a pele dela.
Com os olhos fechados e passados alguns minutos, ele disse:
- Você ainda não respondeu a minha pergunta. O que você faz aqui ? É um lugar deserto, sem nada pra fazer ou alguém pra conversar.
- Hmm. Eu venho aqui pra pensar, sonhar, não fazer nada...
- E como você conhece aqui ? É tipo, lugar nenhum, no meio do nada...
- Minha família costumava vim aqui, fazer um piquenique. Era a única vez na semana que nós ficávamos juntos. Na época eu nem ligava, mas hoje faz tanta falta...
- Por quê ?
- Argh, não quero falar desse assunto. Não gosto de falar da minha família. Aliás, você disse que é um lugar deserto, no meio do nada; então como você me achou aqui ?
- Você é tão misteriosa... Queria descobrir tudo sobre você, e eu te segui. :S
- Não, aí não teria mais graça. É bom as pessoas estarem intrigadas com você. É como se fosse a história das 1001 noites, mas sem fim. - Ela decidiu deixar quieto o fato de que ele a seguiu. Seria pelo bem da conversa.
- Nossa, acho que eu nunca tinha visto você falar tanto ! hahaha
- Ahh, é porque nós nunca tivemos muita chance de conversar... =/ faz esquecer !
- Hmm, isso é bem verdade. E pq não tentamos nos conhecer realmente agora ?
- Acho que seria uma boa idéia. (:
E assim, eles passaram a tarde inteeeeeeira conversando e se conhecendo, até que chegou a noite. Ela precisava ir pra casa, mas não queria. E ele não queria deixá-la. Pelo menos, não que ela precisasse ver que ele estaria com ela em qualquer lugar, a todo momento.

Mas ela sentia a presença dele. Em qualquer lugar. A todo momento

segunda-feira, 8 de março de 2010

A mente controla a matéria



Eles se encararam por um tempo que parecia ser infinito, mas que na verdade, não durou mais que 3 segundos. Ela se sentiu vulnerável e desviou o olhar. Ele também.
- Ela precisa de uns 10 minutos para conseguir se prender... - o professor de biologia não parava de falar, e eles presos na lembrança um do outro.
Tanto a memória dele quanto a memória dela, não faziam jus à realidade. Coincidentemente, eles decidiram comparar a sua memória à imagem real, ao mesmo tempo. Ele sorri timidamente. Ela ficou presa naquele sorriso sincero e meigo que acompanhava os olhos cinzas e puros dele.
Ele não era perigoso. Não podia ser. Aquele instinto natural de repulsão já não existia mais entre eles. A mente controla a matéria. A mente não controla, muito menos entende o coração. O coração entende o inexplicável. E por enquanto, isso basta para eles.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Um anjo que caiu do céu de chapéu. :D

As luzes coloridas refletiam no globo espelhado, a música agitada fazia as pessoas gritarem para serem ouvidas enquanto seus corpos se mexiam no ritmo das batidas ensurdecedoras.
Ela estava aproveitando o maximo que pudia daquela festa, porque ela merecia um descanso de todo aquele tempo passado em casa, estudando. Ela, suas amigas e mais alguns amigos formavam uma rodinha onde sempre tinha espaço para mais um se juntar a eles.
Outra música começa. Stereo Love é a nova batida, sua música preferida. Logo no começo da música, ao som do baixo, um estranho passou ao lado dela. E passou tão perto que ela podia sentir a a respiração quente e ofegante dele em seu pescoço. Seus olhos se encontraram na mesma fração de segundo. E por um momento, nada mais existia senão os dois. Os olhos dele eram de um azul lindo, como se tivessem pego a cor do azul do mar e colocado em seus olhos. Eles também mostravam melancolia. Ele estava triste e ela queria abraçá-lo, confortá-lo e dizer pra ele não ficar triste, que no final ia dar tudo certo.
Mas ela nem conhecia ele, como ia abraçá-lo ?! Nem sabia se ele estava realmente triste ou se era apenas impressão dela... E como assim, abraçá-lo ?! Isso era loucura, era coisa da cabeça dela, só pudia ser.
Uma de suas amigas bateu sem querer em seu braço e ela se assustou. Desviou os olhos dele por menos de 1 segundo, e ele se foi. Sumiu no meio da multidão de dançarinos e dançarinas.
Ninguem mais pareceu ter notado aquele estranho, nem que ele e ela se conectaram de uma forma tão magica, nem que o tempo parou enquanto isso tudo acontecia.
Ele não saiu da cabeça dela o resto da noite. Mesmo quando ela foi pra casa dormir, ela sonhou com ele.
Era um sonho um tanto quanto bizarro. Ela sonhou que estava em uma biblioteca, vendo um livro na seção F, e que tinha uma foto desse estranho que ela 'encontrou' na festa. O mais bizarro é que nesse livro, tinham duas datas: uma do nascimento, e outra da morte dele. Seu nome era Miguel Riddle, e ao que tudo indicava, ele tinha morrido aos 17 anos. Mesma idade que ela tem agora. Ainda no sonho, ela fechou o livro e viu o título: Família de Fundadores da Cidade.
Depois de uma noite atordoada e mal dormida, se virando para todos os lados, Leticia decidiu se levantar e ir tomar café. Pensou em ir à biblioteca, mas era domingo de manhã. Ficou brava por ter que esperar até segunda-feira para ir pesquisar.
Parece que demorou uma eternidade para chegar segunda. E com a ansiedade que ela estava, decidiu passar na biblioteca antes da aula mesmo. Entrou atropelando quem estivesse na sua frente, e parou só quando chegou na sessão F, e achou o livro de seu sonho.
Para seu espanto, era tudo real. Era como se ela já tivesse lido esse livro, e no seu sonho, sua mente só a lembrou de que ela já tinha visto. Incrédula e mais atordoada que nunca, decidiu ir para a escola e falar com suas amigas.
Chegou na segunda aula, logo quando bateu o sinal. Subiu como se tivesse um motor nos pés, para chegar mais rápido. Ela entrou na sala correndo e tão afobada, que nem percebeu que a professora ainda não tinha saído.
- Leticia, seja educada e venha se apresentar ao nosso novo aluno - disse a professora.
- Que aluno nov... ? - ela não conseguiu terminar a frase. O cara misterioso, e morto do livro, estava sentado ali. A encarando com um sorriso nos lábios e a mão estendida, ele disse:
- Miguel Riddle, muito prazer.


Texto e título em homenagem à Bia Greco, :D

Amizade



Lá estava ela, lendo mais um livro em mais um fim de semana na varanda da casa a beira mar de seus pais, na praia dos Pombais. Uma praia maravilhosa e deserta, do jeito que Ana gostava. Ela era tímida e não negava que preferia passar as sextas feiras a noite no carro, indo para Ubatuba, onde ficava a tal praia.
Num certo fim de semana, a casa vizinha foi alugada, o que era totalmente inédito, pois havia anos, ninguém entrava naquela casa. 'Bom, não faz diferença. Só vou ficar até domingo mesmo' - ela pensou. Não se importava de não ter amigos. Ela era feliz fechada em seu próprio mundinho.
Numa noite de céu estrelado como aquela, ela gostava de passar um bom tempo observando as estrelas do telhado, ouvindo o barulho das ondas quebrando e pensando. E como um dos vizinhos só ia para sua casa de praia no dia de São Nunca, e a outra casa estava inabitada há pelo menos uma década, ela nunca teve companhia para observar aqueles pontinhos brilhantes no céu.
- Você também tem mania de subir no telhado para ver as estrelas ? - ela quase caiu do telhado com o susto. Não estava acostumada a ter alguém pra fazer aquelas perguntas banais, ou mesmo para jogar conversa fora. Ela estava concentrada em não cair, por causa do susto, e de repente se lembrou que não tinha respondido a ele.
- Todo fim de semana que não chove, eu venho aqui em cima.
- É mesmo ? E por quê ?
- Ah, eu gosto. Me ajuda a pensar sobre tudo. Me ajuda a ficar sem ninguém no meu pé, se preocupando a cada minuto comigo.
- Hmm. Então quer dizer que você não gosta de companhia ?
Ela já estava mais recomposta do susto, e estava se deitando nas telhas, com cuidado quando ele fez essa pergunta. Ela levou um bom tempo para responder.
- Iiih, dormiiu é ?! haha'
- Não. Sua pergunta me fez pensar. Eu não tenho amigos, e isso não faz diferença pra mim. Gosto de ficar em casa lendo, e venho todo fim de semana pra cá. Não preciso de ninguém atrás de mim, me bajulando ou copiando o que eu estou fazendo.
- É isso que você pensa sobre amizade ?
- É. Por quê ? Algo contra ?
- Não. Pra mim cada um tem sua opinião. Aliás, meu nome é Renan, mas pode me chamar de Rê. ;)
- Ah, prazer. Meu nome é Ana, e você pode me chamar de Ana mesmo. :)
- Muito prazer, Ana mesmo. :D
Ele era simpático, engraçado e tinha os olhos mais puros que ela já tinha visto. Ela não podia negar que era legal ter alguém pra conversar. Alguém que pela primeira vez, ela pudesse chamar de amigo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Simplicidade

Os ventos brincavam com as folhas das árvores, que por sua vez deixavam passar uns raios de sol, explorando o corpo dele, passando pelo rosto dela.
Com os olhos fechados, os braços atrás da cabeça numa pose de relaxamento e um sorriso de felicidade e satisfação, ela repousava ao lado dele na sombra da árvore brincalhona. E ele, por sua vez, a observava tranqüilamente.
Aquele momento imensuravel era deles. E de mais ninguem.

terça-feira, 2 de março de 2010


Chego. Peço abraço, te dou um beijo.
Porque palavras não são mais suficientes.
Não para expressar o que eu sinto quando te vejo.


Foto escolhida pelo Fabiim *--*

Crises e espantos.


- Esse é o período da crise econômica... - quem estava em crise era ela, e por vários motivos ! Mas o que realmente estava consumindo toda a sua atenção e energia naquele momento, era ele. O seu passado, seu presente, e ao que tudo indicava, seu futuro também.
Ela se sentiu sendo observada, mas não do jeito normal de se olhar, e sim de um jeito que ela sabia, mesmo sem olhar, que transmitia frustração, ela sabia que eram aqueles olhos cinza profundos que a observavam tão ardentemente.
Curiosa e dona da verdade como sempre, quis olhar para ter certeza. E enquanto estava havendo um conflito em sua mente sobre olhar ou não olhar, tomou uma decisão impulsiva; o que não era nada normal para uma garota como ela. Ao se virar, a confirmação de sua incerteza foi dada. Frustração, surpresa, medo, paixão, vergonha... Uma enxurrada de emoções passou pelo rosto dele antes de se virar e fingir que estava olhando a lousa.
Confusão se passava pela mente dela, e transparecia em seu rosto de pele clara com as bochechas ardentes em chamas pela vergonha de ter pego ele olhando para ela.
'Mas... vergonha por quê ? Por quê ele estava frustrado ? Por quê desviou o olhar ? Por quê estava olhando para mim ? Por quê ELE ficou com vergonha ? Por quê estou vendo tudo embassado ? Por quê, por quê, por quê... ?'
Tantas perguntas e nenhuma resposta. Todas aquelas dúvidas estavam deixando-a com dor de cabeça. Decidiu abaixar a cabeça para tentar pensar com mais clareza e ver se aliviava um pouco a dor, mas uma coisa chamou sua atenção. Uma gota brilhando em sua mesa. Ela estava chorando. Depois de 3 anos, lá estava a prova da falha de sua auto-promessa.
Não tinha como fingir que estava se sentindo fraca, sua face parecia um espelho de seu interior. Ela devia estar feliz por pegá-lo olhando para ela. Mas estava chorando, talvez até de felicidade. Mas não importava, porque a fraqueza a dominava naquele momento.
Mas naquele momento, o sinal tocou e como era sexta-feira, todos foram embora o quanto antes possível. Só restou ela, naquela sala que agora parecia imensa perto dela que se sentia menor que um rato de laboratório. Ela arrumou seu material devagar, e com os pensamentos longe.
Desceu as escadas devagar, passou pelo pátio como se fosse um fantasma, e foi a pé para casa, como de costume. Ouvindo suas músicas preferidas, deixando as lágrimas cair lentamente pelo seu rosto e com a cabeça baixa, não percebeu que Mike estava na outra calçada, observando-a passo por passo, ouvindo seus batimentos cardíacos e acompanhando sua respiração ofegante.
Ele sabia que Rachel não tinha visto ele, e ele também sabia o que estava pra acontecer. Atravessou a rua, mas foi tarde demais. Ela já estava no chão, com todos os livros esparramados, oculos rachados e cotovelos e joelhos arranhados.
Com os cabelos colados no rosto molhado de lágrimas, ela não viu que alguém se aproximava e com o simples atrito do toque de suas peles, o coração dela parou por um segundo ou dois.
Ela não precisou levantar os olhos para saber que era ele que estava lá. Seu perfume e a eletricidade que irradiava de sua pele eram suficientes para ela saber com certeza que era ele.
Mike a ajudou a pegar todos os cadernos e seus óculos, que ele percebeu, haviam quebrado com a queda e a segurou pela mão para ajudá-la a se levantar. Com certa dificuldade de concentração, pois pela primeira vez, ela estava realmente olhando no fundo daqueles olhos que de longe pareciam rasos, mas de perto, pareciam o espelho de sua alma, ela finalmente agradeceu, quando voltou a si.
Percebendo que as bochechas dela ficaram em brasa, ele deu seu meio sorriso que deslumbraria qualquer um, menos a única pessoa que ele realmente queria deslumbrar. Ela. Mas decidiu tentar, e deu certo. Por um momento, ela se esqueceu de respirar e começou a ficar tonta, mas graças à um carro que passou e chamou sua atenção, desviando dele, ela se lembrou de como expirar e inspirar. E sorriu também.
Só o que ele não esperava é que o sorriso dela iria deslumbrá-lo mais do que o dele iria afetá-la. Ele se sentiu, de um certo modo, perdido. Nada mais no mundo importava ou existia para ele, só ela.
Nada mais foi feito. Ela seguiu seu caminho de volta para casa e lembrando do sorriso dele. E ele não conseguia se mexer. Parecia que o sorriso dela tinha arrancado a ligação de seu cérebro com os músculos, porque ele simplesmente não conseguia colocar um pé na frente do outro.
- Oh, meu Deus ! O que aconteceu com você ? Com seus óculos ? - sua mãe lhe tirou a concentração, e finalmente ela percebeu que seus óculos estavam quebrados.
- Tropecei numa calçada desnivelada. - ela respondeu vagarosamente. E se deu conta de que teria que ficar sem usar óculos por um bom tempo, enquanto não chegassem novos.
O final de semana passou rápido, e ela nem conseguiu ler direito seu livro pois não conseguia se concentrar. Só conseguia ficar olhando pr'aqueles arranhões que eram a prova de que ele se importava com ela. De que ele ajudara ela.
Segunda-feira, um péssimo dia para qualquer um, praticamente. Menos para ela, que ansiava pelo momento de vê-lo. E para ele também, que mal conseguia esperar para entregá-la os óculos novos que demorou tanto para escolher.
Sem os óculos quadrados para enfeitar seu rosto, ela usou lentes. E logo que chegou, com os cabelos ao vento, ele a viu. Pela primeira vez, ele a viu sem aqueles óculos que só serviam para ajudá-la a se esconder.

Primeiro post do blog \õ/
Depois de umas duas horas tentando achar uma URL que ninguém estivesse 'usando', eu consegui criar o blog ! :D
Não sei bem sobre o que vou escrever aqui... Talvez sobre tudo, talvez sobre nada...
Enquanto isso... Muito prazer, meu nome é Gabriela ! Mas pode me chamar de Gabi ;) tenho 16 anos, sou de São Paulo, mas queria ser de Londres. Quem sabe um dia eu não vou pra lá, né ? Enquanto isso só me resta sonhar.
Fique à vontade para ler, comentar, criticar e até invejar. Ninguém inveja o feio nem odeia o fraco não é ?
Clichê, eu sei ! Prometo que vou tentar clichês só quando realmente necessário. (yn)
Bom, nos vemos por aí então ;)