terça-feira, 29 de junho de 2010

Futuro não tão distante

Beto,

desculpe-me esconder isso de você por tanto tempo. Não sei quando você vai ler isso, mas eu me sinto assim desde o primeiro dia que eu te vi.
Ahh, se você soubesse o quanto eu amo você; o jeito que eu amo você; o quanto eu sofro cada vez que eu vejo você com uma galinha que só tá por perto porque você é o astro do time de futebol. É claro que você não vê muita coisa nelas também, além do corpo e do cabelo loiro oxigenado. E se é isso que você quer, eu posso abrir mão do meu castanho brilhante por esse loiro falso-platinado e virar uma líder de torcida completamente futil, só pra te fazer feliz.
Por que você não vê que eu te conheço como você verdadeiramente é ?! Eu sei dos seus jeitos, das suas manias, dos seus gostos, das suas músicas preferidas, do seu esconderijo secreto e só eu sei o quanto você sofreu com algumas coisas, que como eu prometi, não vou contar à ninguém.
É óbvio que você não quer nada sério com ninguém, e você jamais iria olhar pra mim como olha pr'aquelas vacas, afinal, eu sou apenas sua melhor amiga. Mas um dia, essa carta vai chegar nas suas mãos e você vai perceber o quanto eu te amei e o quanto eu te desejava. O quanto o seu perfume cítrico me embriagava de vontade de você, ou o quanto eu me perdia viajando nos seus olhos cor de grama molhada do sereno, ou o quanto os seus lábios me convidavam a apertar sua boca contra a minha, ou até o quanto seu cabelo parecia um monte de feno mas que me fazia querer acariciá-los quando você estava precisando de colo...
Talvez você perceba que eu sou o amor da sua vida, talvez não. Mas quando você perceber, já vai ser tarde. Eu já vou estar com outra pessoa e feliz, e você só vai ser uma lembrança infeliz do meu passado monótono.
Desejo que você seja a pessoa mais feliz do mundo, seja lá quem você escolher pra te acompanhar nessa nova fase da sua vida.
Eu ainda te amo mais do que eu poderia descrever com simples palavras.
Sua melhor amiga hoje e sempre,
Gabriela.

domingo, 27 de junho de 2010

No fim tudo dá certo (:

Que ironia do destino ! Eu não acredito que estou me arrumando para ir no baile com o cara mais gato e mais fofo da escola: Mike Stewart ! TODAS as meninas da escola vão morrer de inveja quando me virem com ele ! Ah, espelho espelho meu... vai ter alguém mais bela e sortuda neste baile do que eu ?!
Mas que inferno ! Por que tem que me dar enjôo e vertigem justo agora ?! Já são quase 20h30 e o Mike já deve estar chegando... Caalma Laura. Respira fundo. E NÃO vá lavar o rosto, senão acaba com a tua maquiagem impecável !
- Laaaaaaura, seu acompanhante chegou ! - Minha mãe me avisou, com toda a sua sutileza, que meu futuro namorado acabou de chegar. OMG! Dá uma olhadinha no espelho, tudo em cima, vamos lá !
Desci as escadas o mais rápido possível que minhas sandálias com saltos assassinos altos e finos demais me permitiram.
Decepção, frustração, raiva, tristeza e uma súbita vontade de chorar, gritar e fazer manha esquecendo completamente do meu vestido perfeito e da minha maquiagem impecável. É exatamente assim que eu me sinto ao ver Daniel-meu-melhor-amigo, ao invés de Mike-meu-futuro-namorado.
- Você tá lin... - Dani começou, mas eu o cortei secamente.
- Cadê o Mike ?
- Ele me chamou no msn mais cedo, e me perguntou se eu poderia te levar ao baile, porque ele vai com a Kristen...
Me deixei cair sentada, derrotada, destruída emocionalmente, no primeiro degrau da escada.
- Eu vou entender se você não quiser ir ao baile... - Dani se sentou ao meu lado e me entregou uma rosa vermelha.
Respirei fundo, mandei embora todo aquele sentimento ruim e olhei nos olhos do Dani (eu nunca tinha reparado como os olhos dele eram intensos...)
- Não Dani. Obrigada pela rosa, e eu sei que você não é muito fã de bailes, mas se você não se importar, gostaria que você fosse meu acompanhante. Eu gastei dinheiro e tempo demais nessa produção pra deixar um babaca como Mike Stewart, estragar minha noite perfeita. Vamos ? - Vesti meu melhor sorriso e parti para a melhor noite da minha vida.
Dancei, cantei, dei risada, acenei para o cara mais gato da escola e beijei o cara mais fofo e perfeito: o Dani !

Porque no fim, tudo dá certo. :)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Simple Than Words

Sentada no chão, abraçando os joelhos e rodeada de inúmeros papéis amassados, Helena se sentia exausta. Passara a noite em claro, tentando pôr as ideias no papel, mas só o que conseguira foram vários rabiscos que lembravam ele. Tinha que admitir que sempre se deu melhor com desenhos do que com palavras.
Era isso ! Foi a melhor ideia que ela teve: faria um desenho para mostrar o que ele significava para ela.
Pensou em desenhos simples, complexos, sérios, engraçados, fofos... Se decidiu então por um bem simples:

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quem sabe ?

Um ser humano cansado do trabalho, chateado por ter brigado com a namorada e puto por ter ido mal na prova da faculdade. Andava na madrugada, voltando para casa por uma rua mal iluminada pelos postes velhos, e o chão meio úmido pela chuva que tinha caído mais cedo, enquanto pensava em várias formas de tirar uma folga do trabalho e da faculdade. E quem sabe até da namorada...
Rápido demais para os olhos humanos, um vulto preto o agarrou e levou para um beco escuro. Antes que o ser humano pudesse gritar, a criatura faminta já tinha cravado os dentes pontiagudos no pescoço dele, e drenado boa parte de seu sangue.
Segundos mais tarde, um jovem de 2O e poucos anos saiu andando normalmente do beco, apenas limpando com a língua uma gota de sangue que escorria pelos seus lábios finos e macios.
E o ser humano, quem sabe ainda está lá. Ou quem sabe outro vampiro faminto o achou e terminou de drenar o pouco sangue que lhe restou.

Só um desabafo

Não é medo de tentar. É medo de dar certo. É medo do futuro. Se eu tentar, e der certo o que acontece ? Dois corações unidos num só, juntos agora. Muito provavelmente separado no futuro por um acontecimento besta que nenhum dos dois querem conversar. Orgulho filho da puta fala mais alto. Tô cansada.
Tô de saco cheio desse medo que tá aqui só pra me infernizar e ficar como um obstáculo colossal no caminho da felicidade.
Chega.

domingo, 20 de junho de 2010

Despedida

O sol esquentava a pele gelada deles, enquanto a grama servia como colchão e a toalha do picnic servia como travesseiro. Era uma tarde de inverno gostosa, como qualquer outra para qualquer pessoa. Menos para eles.
Guilherme apoiou o cotovelo na grama e cabeça nas mãos para ficar olhando e brincando com os cabelos de Luiza.
- Não acredito que você vai embora...
- Guiii, relaxa ! É só por 3 meses :D
- 3 meses é muito tempo :/
- Quando você menos esperar, eu vou estar de volta pra te ajudar a achar uma namorada e pra te livrar das broncas da mamãe e do papai ;)
- Eu não quero que você vá...
Suas palavras reinaram no silêncio que se manteve depois dessa curta conversa, e uma lágrima caiu involuntariamente dos olhos de Guilherme.
- Você vai ser pra sempre meu irmão caçula, e não são três meses de estudos no exterior que vai me fazer mudar de ideia. Vamos, eu tô atrasada. Me leva no aeroporto ?
- Tá, né. ¬¬'
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Já no aeroporto...:
'Passageiros do vôo 147, por favor embarcar no portão 3.'
- É o meu vôo, Gui. Eu preciso ir. Não esquece que eu te amo mais do que tudo nesse mundo, e que eu vou voltar daqui três meses. Vou voltar apenas por você. Eu prometo.
- Eu tbm te amo, Lu. Vou ficar aqui te esperando.
E assim a Luiza embarcou no avião, para nunca mais voltar.


A noite, Guilherme estava tentando ocupar a cabeça para não pensar na irmã longe dele, e deixou a tv ligada no telejornal, e foi fazer um miojo para jantar.
'Hoje a tarde, um avião perdeu o controle e caiu no mar. Nenhum passageiro sobreviveu a queda do avião. Estamos recebendo informações de que é o vôo 147.'
Guilherme desligou a tv na hora e desmaiou num sono profundo, para nunca mais acordar.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aviso do Vento

De longe apenas se via a luz da lua refletindo nas grandes janelas empoeiradas, um portão alto de ferro preso por correntes e um cadeado, e muitos detalhes góticos na estrutura daquele casarão abandonado há décadas.
Entrando pela porta grande de carvalho, um ambiente escuro iluminado pelos raios lunares intrusos, se extendia a minha frente. Ao bater a mão no meu bolso sem querer, me lembrei que tinha trazido meu isqueiro da sorte e decidi acender algumas velas para não tropeçar naquele território desconhecido.
No instante em que o fogo encostou no pavio da vela que estava mais perto, TODAS as velas se acenderam mostrando móveis velhos e mastigados pelas traças e cupins, um chão todo desenhado de mosaicos e sujo de cinzas, paredes vinho enfeitadas com quadros de pessoas carrancudas e bem vestidas, e uma escadaria comprida e em espiral.
Ao subir as escadas acompanhada de rangidos a cada degrau que meu pé cuidadosamente pisavam cheguei a um corredor comprido com várias portas que presumir serem os quartos dos antigos moradores.
Tentei abrir a porta do primeiro quarto e consegui por um mísero segundo, pois no segundo seguinte, o vento sibilou fortemente como um aviso para eu sair de lá apavorada e arrepiada e fechou a porta na minha cara.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Ao acordar na cama dele, depois de uma noite maravilhosa, me encontrei sozinha. Levantei, lavei o rosto e comecei a explorar a casa dele. Fotos, livros, estantes, quadros, móveis, pequenos objetos...
Quando cheguei na cozinha, uma bandeja com um café da manhã caprichado acompanhado de uma rosa vermelha e um bilhete me esperavam.