terça-feira, 30 de março de 2010


Ele acordou, mas sem abrir os olhos ele foi apalpando o lado vazio do colchão. Com um susto, ele abriu os olhos e se sentou na cama procurando sua amada. O relógio mostrava 3h55 da manhã.
Ela estava sentada no parapeito da janela, olhando as estrelas, com o cigarro entre os dedos da mão direita, e brincando com um anel na mão esquerda.
Com um sorriso de alívio no rosto, ele perguntou:
- Tá acordada, pequena ?
- Uhum. - Percebendo que a expressão dela era de dor e tristeza, levantou e foi direto até ela.
- Que aconteceu, meu amor ? - ele disse docemente pegando o rosto dela entre suas mãos.
Ela se desvencilhou das mãos dele para não ter que olhar naqueles olhos castanhos alegres que logo iriam ficar em um mar de tristeza sem fim. Deu uma tragada no cigarro que ainda estava em sua mão e disse:
- Eu vou embora. - Ela disse de uma só vez, e logo continuou para não dar tempo de protestos da parte dele. - E não há nada que você possa fazer para eu mudar de ideia. Eu te amo acima de tudo, mas isso não muda nada. Só torna a situação mais complicada ainda.
Uma lágrima caiu dos olhos dela sem permissão, enquanto ela se levantava e pegava sua mala já cheia e fechada no sofá da sala.
Entre soluços, ele tentava tomar fôlego para protestar contra a saída dela, mas nao encontrava sua voz e nem força para conseguir falar.
Ela deixou uma carta em cima da cama junto com a aliança que há minutos atrás, divertia sua mão esquerda e uma rosa vermelha, em cima dos lençóis desarrumados.
Com um último olhar de perdão para ele, ela saiu para a rua.
Fugindo, mais uma vez do amor.

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