terça-feira, 15 de junho de 2010

Aviso do Vento

De longe apenas se via a luz da lua refletindo nas grandes janelas empoeiradas, um portão alto de ferro preso por correntes e um cadeado, e muitos detalhes góticos na estrutura daquele casarão abandonado há décadas.
Entrando pela porta grande de carvalho, um ambiente escuro iluminado pelos raios lunares intrusos, se extendia a minha frente. Ao bater a mão no meu bolso sem querer, me lembrei que tinha trazido meu isqueiro da sorte e decidi acender algumas velas para não tropeçar naquele território desconhecido.
No instante em que o fogo encostou no pavio da vela que estava mais perto, TODAS as velas se acenderam mostrando móveis velhos e mastigados pelas traças e cupins, um chão todo desenhado de mosaicos e sujo de cinzas, paredes vinho enfeitadas com quadros de pessoas carrancudas e bem vestidas, e uma escadaria comprida e em espiral.
Ao subir as escadas acompanhada de rangidos a cada degrau que meu pé cuidadosamente pisavam cheguei a um corredor comprido com várias portas que presumir serem os quartos dos antigos moradores.
Tentei abrir a porta do primeiro quarto e consegui por um mísero segundo, pois no segundo seguinte, o vento sibilou fortemente como um aviso para eu sair de lá apavorada e arrepiada e fechou a porta na minha cara.

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